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Acer Predator Galea 500 Um fone em que o som Surround acompanha o movimento da sua cabeça



A Acer é uma empresa presente em diversos ramos. Desktops, notebooks, tablets, câmeras, projetores, monitores e até mesmo acessórios para jogos. A companhia trabalhava até pouco tempo atrás com remarcações de produtos da SteelSeries, tendo o nome Acer Predator em cima, mas a origem do produto era bastante evidente.


Isto está mudando com a nova linha de produtos, que foram supostamente projetados pela própria Acer, incluindo mouses, teclados e headsets, tal como o desta análise, o Acer Predator Galea 500, modelo topo de linha da empresa.


Então, por incrível que pareça a Acer é novata nesta área de teclados, mouses e headsets para jogos, pelo menos na criação de designs próprios.

Ela foi bem sucedida nesta primeira empreitada por conta própria? Onde o Acer Predator Galea 500 se destaca perante aos concorrentes? E há algo que justifique seu preço sugerido de US$ 300 / R$ 1.299?

É o que veremos.

Construção

A construção do Acer Predator Galea 500 mistura diversos materiais: courino, plástico de alta qualidade, grades de metal nas laterais, um arco de alumínio e uma haste de alumínio dentro da headband do fone.


A headband (a peça que cobre sua cabeça) é revestida com uma camada considerável de courino, o que acaba proporcionando um ótimo conforto e distribuindo extremamente bem o peso do fone de ouvido (que não é pouco), além de permitir que ele comporte até mesmo pessoas com cabeça "XGG" (autor da análise) sem nenhum desconforto e com pouco clamping.


Mesmo tendo uma cabeça gigantesca e óculos, não senti desconforto com esta parte do Predator Galea 500, embora creio que a haste possa se tornar desconfortável caso o usuário transpire muito e/ou more em um local muito quente.

É um bom sistema, mas me preocupo com a durabilidade do material ao longo do tempo.

As almofadas do fone também são em courino e são um pouco mais "grossas" do que parecem ser. Supostamente isto é para proporcionar uma maior durabilidade do que courino mais "fofo" e também tem o efeito de melhorar o isolamento acústico do fone, que é muito bom, quase nenhum som vaza ao ambiente externo e nada é captado pelo microfone.


Um detalhe curioso, é que agora novos produtos da linha Acer Predator estão vindo no esquema de cores "preto e ciano", o que inclui o Galea 500. Ainda está bonito, mas realmente prefiro o icônico "preto e vermelho".


A parte do fone de ouvido fora bem feita, o seu conforto é ótimo e estaria ainda melhor se fosse um pouco mais leve, mas ainda assim não há problema algum pois o peso é bem distribuído graças à sua headband.

Mas, infelizmente, há outras peças em sua construção, e estas não foram bem planejadas.

Não vou enrolar você leitor, o cabo do Galea 500 é horrível. Um cabo ridiculamente grosso e pouco flexível, várias vezes maior que um cabo comum, além de ser maior e muito mais pesado que o cabo de nylon de outros. É o primeiro da imagem abaixo:


Além disto, é obrigatório usar a controladora do fone na camiseta, pois senão o peso dela, que não é pouco, acaba puxando o cabo do fone e tornando ele desconfortável para usar.


E para completar com chave de ouro, o cabo que vai da controladora para seu computador é curto, tendo apenas 1,45 metro após a controladora, o que é pouco, especialmente quando o cabo já é pesado e inflexível demais.


Sinceramente, nenhum outro cabo de headset me incomodou tanto, nem mesmo o CM Storm Sirus 5.1, que havia sido o pior até agora. É difícil explicar em imagens e texto o quanto me estressei com o cabo e a controladora deste headset e sugiro que a Acer refaça esta parte completamente.

A ACER PRECISA REFAZER O CABO E CONTROLADORA DO PREDATOR GALEA 500

Mas enfim, vamos demonstrar os recursos desta controladora? No meio, temos o botão que liga/desliga o 3D Soundscape, que é ridiculamente fácil de pressionar acidentalmente, ainda mais se você apoiar a controladora na camiseta.


Na lateral esquerda temos o botão que desliga o microfone, o controle de volume digital (este tipo de controle é bem mais durável que as "rodinhas" de outros fones) e bem no canto direito o botão que ajusta o giroscópio do fone.


E do outro lado temos o equalizador, sendo possível alternar entre Music, Movie e Sport, embora a única diferença notável é que "Movie" possui maior ênfase nos agudos. Não é possível usar o equalizador com o 3D Soundscape ligado.


Concluindo, vamos separar a construção do Acer Predator Galea 500 em duas partes.

O "fone" em si é bem construído, plástico de ótima qualidade, um arco bem feito e com pouco clamping, almofadas de courino confortáveis e mesmo sendo um fone um pouco pesado, o peso é bem balanceado, embora poderia ser mais leve. Esta parte é bem feita.

Já o cabo é horrível, grosso ao ponto do ridículo, pouco flexível e curto. A controladora fica próxima demais do fone, é fácil pressionar o botão do 3D Soundscape acidentalmente, é pesada demais e atrapalha se você não prender ela na camisa ou "criar um suporte" para colocar ela em cima. É por ser penalizado nesta parte, e por sua faixa de preço onde tais erros se tornam inadmissíveis, que sua nota é reduzida.

Qualidade Sonora

Primeiro de tudo, a maior ênfase do Acer Predator Galea 500 é em seu sistema "3D Soundscape", que faz o som reagir conforme você gira sua cabeça. Você aperta o botão que regula o giroscópio do fone e ele define o ponto para onde sua cabeça está girada como "centro" e então você pode girar sua cabeça e o som acompanhará.

Se um som está vindo de trás, você pode olhar para trás e o som agora estará vindo da sua "frente". Claro, sistemas de Realidade Virtual já fazem isso com qualquer fone de ouvido, mas o Acer Predator Galea 500 trás esta parte do "VR" para jogos e filmes que não são "VR", mas que possuem áudio 7.1.


Este não é um conceito novo, já existem sistemas com este recurso há uma década, tal como o Beyerdynamic Headzonee outros mais modernos como o Rondo Motion, mas convenhamos que a solução embutida da Acer fica mais "bonitinha" do que estas, fora que é o primeiro fone "gamer" a incorporar esta tecnologia.


Como é a sensação de usar isso? Inicialmente muito legal, é bem curioso a forma como isso funciona e como o próprio fone detecta até mesmo se você abaixa a sua cabeça e acaba também transformando o áudio ao fazer isso. O sistema de giroscópio do fone funciona realmente bem, capta e reproduz muito bem cada movimento.

Mas as impressões vão mudando conforme você vai usando por algumas semanas, pois nota que embora seja "legal", não ajuda nada quando áudio é Stereo e mesmo em casos de áudio Surround, pode atrapalhar, como veremos adiante.

Algo que pode ser problemático é que o volume máximo do Galea 500 não é muito alto. Claro, ele atinge um volume alto, mas o problema é que você consegue confortavelmente usar ele em "100%" o tempo todo, e em jogos/filmes/músicas onde o áudio original já seja baixo, o volume que o Galea 500 atinge pode não ser o que usuários gostariam e não há nada para fazer nele ou em suas configurações para aumentar este volume acima do limite.

O ACER PREDATOR GALEA 500 NÃO ATINGE UM VOLUME MUITO ALTO E VOCÊ CONSEGUE USAR ELE EM 100% O TEMPO TODO, O QUE PODE SE TORNAR UM PROBLEMA

Claro, o "volume máximo" não é algo que deve ser usado para mensurar a qualidade de um fone, e sei que muitos fones, especialmente fones P2, podem ter seu volume máximo afetado pelo dispositivo no qual está conectado, o que não é o caso do Acer Predator Galea 500 pois ele é USB e terá o mesmo volume em qualquer computador, mas realmente o Galea 500 deixa a impressão de que deveria alcançar um volume mais alto.

Sobre a qualidade de áudio do Acer Predator Galea 500, ela não é ruim, de forma alguma, mas é o que eu esperaria de um fone da faixa dos R$ 250~400. Aliás, há alguns nesta faixa que são até melhores que ele.

Médios aceitáveis, mas sem muitos detalhes, agudos aceitáveis, mas recuados e sem muita nitidez comparados a fones da faixa de preço ou até da metade do preço. Os graves estão presentes, mas não possuem controle e nem impacto, realmente não é o áudio que eu esperaria de um fone que deve competir contra concorrentes como o Sennheiser G4ME One e não é um muito bom para músicas.


Mas e quanto ao desempenho em jogos? Aqui a coisa complica, pois varia muito.

O "3D Soundscape" não ajuda em nada em jogos que possuem som Stereo, pelo contrário, embora seja legal/divertido ativar o efeito a primeira vez, logo você nota que isto realmente não é útil e no caso de som Stereo, acaba é atrapalhando.

Já em jogos que possuem Áudio 7.1, a coisa fica diferente, mas também depende muito a implementação de som Surround do jogo. No GTA V, ao invés de proporcionar qualquer imersão, temos novamente a impressão de estar caminhando em um grande corredor, quando estou apenas atravessando a rua a pé. O mesmo acontece com outros sistemas de "Surround 7.1 Virtual" no mesmo jogo.


Minha experiência mais interessante com este fone foi jogando Destiny 2. Nunca havia jogado o jogo, ativei o modo 3D antes de iniciar ele e joguei por cerca de 3 horas usando o Acer Predator Galea 500. Não tive problemas detectando inimigos e não tinha reclamações quanto a este headset, de início achei que ele foi incrivelmente bem com este jogo, pois conseguia virar minha cabeça e até "sentir" onde inimigos estão.


Mas, em seguida eu peguei o KZ ZS6, um fone de ouvido in-ear de R$ 240 que recebemos para análise e que é conhecido justamente pelo nível de detalhe de seu áudio e por ter um excelente palco sonoro mesmo sendo um fone in-ear.


Ah, e ele é um fone estéreo e foi configurado como tal.

E pasmem-se: o KZ ZS6 superou muito o Acer Predator Galea 500. O nível de detalhamento é absurdamente maior, a resposta nos médios e agudos é a diferença de noite/dia, enquanto os graves são um pouco menores em quantia, mas possuem melhor controle e impacto, sendo melhores em qualidade. Também, o palco sonoro e localização de sons são excelentes e acabam não devendo nada para o Galea 500 mesmo sem ter o 3D Soundscape.

Mas o que realmente me apavorou é que ao utilizar o KZ ZS6, eu finalmente notei que caixas e objetos que podem ser coletados fazem um barulho de "cristais", barulho o qual não escutei com o Acer Predator Galea 500.

O que aconteceu com o Acer Predator Galea 500 é que, embora alguns sons estavam tendo ênfase e se tornando fáceis de localizar, outros sons, especialmente agudos, estavam sendo afogados pelo efeito 3D e pela própria resposta do áudio do fone.

O mesmo acaba acontecendo com alguns sons em outros jogos, sons os quais podem ser importantes.

Os "ganhos" com a tecnologia 3D Soundscape não são grandes, e as perdas em detalhamento são enormes. Atualmente a única utilização interessante para o 3D Soundscape do Galea 500, seria em um setup de monitores Surround, já que o áudio acompanhará o movimento da cabeça do jogador, olhando para cada um dos monitores.


Apenas neste caso o Acer Predator Galea 500 se tornaria interessante, mas mesmo assim eu esperaria até que a Acerfaça um novo fone melhor com esta tecnologia.

E por incrível que pareça, o Acer Predator Galea 500 é um dos únicos fones USB que não funcionam no PlayStation 4. Isto ocorre porque a placa do fone aceita somente saídas de áudio 7.1, enquanto o PlayStation 4 só permite áudio estéreo através do conector USB, só é possível 7.1 através de cabos ópticos.


Um erro de ambas as empresas, o Acer Predator Galea 500 poderia ter duas opções de áudio (Stereo ou 7.1) assim como fones como o Corsair HS70 e Logitech G933 possuem, o que lhe tornaria compatível com o PlayStation 4. E a Sonytambém poderia permitir áudio 5.1 ou 7.1 através de dispositivos USB.

Enfim, não vou desfazer completamente a tecnologia 3D Soundscape, pois se a Acer continuar aprimorando e ajustar ela para que não afogue tanto detalhes, acredito que ela possa se tornar algo realmente interessante, mas da forma como está, não vejo ela como um diferencial para optar pelo Galea 500.

Microfone

Antes de começarmos, é importante que o público saiba que o Acer Predator Galea 500 é um headset USB, ou seja, o microfone dele supostamente terá o mesmo desempenho em computadores diferentes, embora interferências elétricas possam causar diferenças entre um e o outro.

Este foi o resultado dos testes:


Decepcionante. Esta é a única palavra que consigo pensar. Poderia usar termos ainda mais fortes, mas o próprio público pode tirar suas conclusões de acordo com o áudio do vídeo acima.

O microfone possui baixa sensibilidade e aumentar ela ao máximo introduz problemas gravíssimos de clipping, que é quando o microfone capta volumes acima do que ele suporta, o que acaba distorcendo o som. A menos que tenha sido causado por uma má configuração do usuário, o que posso garantir não ser o caso, clipping é simplesmente inadmissível em qualquer headset para jogos, independente o preço...

Até achei que este headset seria defeituoso, pois é um absurdo ele ter estes problemas, mas recebemos uma segunda unidade e ela aparenta ter o mesmo problema que a primeira... Ele funciona, mas para um headset da faixa dos R$ 923, é inadmissível...

Conclusão

O Acer Predator Galea 500 é uma das primeiras tentativas da Acer de criar headsets próprios, antes disso ela trabalhava remarcando produtos da SteelSeries, e pelo que pude verificar no Predator Galea 500, a Acer ainda não chega no mesmo patamar que sua parceira.

O áudio do Acer Predator Galea 500 é bom, mas não bom o suficiente para justificar seu preço de R$ 923. Há falhas na estrutura, o cabo e a controladora do fone não foram bem projetados, enquanto o microfone é inaceitável, com problemas de baixa sensibilidade e clipping.

Há concorrentes superiores ao Galea 500 em sua faixa de preço, além de outros concorrentes melhores por valores consideravelmente menores.

Corsair HS70, Logitech G633, HyperX Cloud Alpha, Sennheiser G4ME One e SteelSeries Arctis 5 são exemplos de escolhas mais interessantes, há outras também.

Enfim, a Acer ainda tem bastante a aprender com o ramo de headsets. O Predator Galea 500 pode não ter tido um bom resultado, mas espero que a marca continue se empenhando e tenha mais sucesso na próxima tentativa.

Ou então deixe tudo novamente nas mãos da SteelSeries, não há nada errado em trabalhar junto com outra empresa já experiente neste ramo e tenho certeza que o resultado teria sido melhor, mas quero acreditar que a Acer tem capacidade de melhorar com o tempo, assim como muitas outras empresas deste ramo já fizeram.


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