Microsoft desiste de lançar duas versões do Project Scarlett na próxima geração
A Microsoft deve trazer somente um console para a nova geração. Rumores apontavam que a companhia estaria trabalhando em dois projetos: o Anaconda, uma versão topo de linha; e o Lockhart, com especificações mais simples e mais barata. Agora, o Thurrrot informa que fontes internas do projeto disseram que houve mudança na estratégia.
Foi o próprio Thurrrot que trouxe o primeiro rumor de dois aparelhos diferentes. A Microsoft pode ter abandonado a ideia de um aparelho mais barato e vai focar seus recursos no lançamento da versão mais potente.
Ambos projetos, Anaconda e Lockhart, seriam versões do Scarlett, assim chamado até agora o novo console da Microsoft, agendado para o final do ano que vem. Em 2018, o diretor da divisão Xbox, Phil Spencer, havia usado o termo “consoles”, no plural, ao se referir aos próximos dispositivos no cronograma da Microsoft.
Spencer chegou a dar uma entrevista ao Business Insider explicando o porquê. “No ano passado, a gente falou em consoles. Nós já lançamos um console e estamos apresentado outro. Eu acho que isso é plural. Agora, estamos focando no Projeto Scarlett e é aquilo que apresentamos no palco”, disse.
O cabeça de Xbox se refere à apresentação durante a conferência da empresa na E3, no último dia 9 de junho. Foi lá que a Microsoft apresentou mais detalhes sobre o Scarlett. O outro console lançado pela empresa a que Spencer se refere é o Xbox One S All Digital, a versão do aparelho sem entrada para mídia física.
Confusão
A proposta da Microsoft seria de apresentar um hardware menos potente, mas que usaria do sistema de processamento em nuvem da empresa, o xCloud. Assim, ela poderia usar processamento misto (do hardware junto com a nuvem) para entregar uma experiência boa até mesmo em um console menos potente.
Contudo, segundo relatos de pessoas próximas ao projeto, desenvolvedores se mostraram receosos e confusos sobre a proposta, sem entender bem ao certo para quais hardwares precisam criar seus jogos. Ainda, ao precisar desenvolver o game para ambas plataformas, há o risco de que a versão mais simples limite a capacidade do hardware mais potente.
Assim, a Microsoft teria deixado de lado o desenvolvimento da versão Lockhart apostando somente na versão mais potente do Scarlett. O novo console vai contar com capacidades 8K, rodar a até 120 fps, SSD e ray tracing.
A Microsoft ainda pode carregar o fantasma da confusão que fez o Xbox One sair bem atrás na corrida da atual geração. Em 2013, quando lançou seu aparelho, a empresa usou o discurso de que ele seria um hub de entretenimento e não somente um console. Outras informações mal divulgadas, como a necessidade de internet constante e não poder emprestar jogos, fez do lançamento do Xbox One um fiasco.
Somente com a mudança de discurso que o aparelho começou a engrenar no mercado.
Nuvem
O caminho da Microsoft agora parece direcionado para o processamento em nuvem, com o Lockhart tirado da frente. Na E3, a Microsoft também informou que o Xbox One pode contar com o xCloud. Com isso, é possível dar longevidade para o em breve antigo aparelho sem precisar de uma versão menos potente do novo console.
O projeto é um concorrente direto com outro serviço de game em nuvem: o Stadia, da Google. Contudo, na versão da Microsoft, o processamento em nuvem deve acompanhar os consoles da empresa, enquanto o da Google exige somente algum aparelho com Chrome instalado.
A empresa conta com o Azure, a sua infraestrutura de serviços em nuvem que fornece processamento para outras companhias. É também ele que alimenta toda rede de inteligência artificial da Cortana, por exemplo.
O serviço pôde ser testado na E3 2019 por jornalista no local.
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