“Já estamos em 2030” | Novos trajes para exploração espacial são apresentados
A nova corrida espacial rumo à Lua e a Marte está fomentando um setor bem específico: o de desenvolvimento de trajes espaciais. Trata-se de um equipamento muito importante porque, se quisermos permanecer na superfície da Lua por mais tempo que os astronautas das missões Apollo, e realizar mais tarefas por lá, serão necessários trajes muito mais modernos.
Algumas empresas privadas estão desenvolvendo suas soluções, e agora é a vez da ILC Dover, fabricante dos trajes espaciais que levaram o Homem à Lua em 1969, mostrar que também está no páreo. Ela lançou recentemente sua primeira linha de trajes comerciais, com os modelos Astro (desenvolvido para atividades extraveiculares) e Sol (criado para proteger os astronautas no lançamento, retorno à Terra e em casos de emergência).
Em suas apresentações, a empresa não deixa de se orgulhar por ter criado os trajes que já visitaram a Lua. “Desde o início da Apollo, nossos trajes espaciais foram usados em mais de 250 voos espaciais, seis pousos na lua e mais de 3.000 horas de caminhadas espaciais sem uma única falha”, afirma a empresa. E enfatiza que “qualquer um pode tentar fazer um traje espacial, mas somente os nossos foram para a Lua”. Além dos trajes da Missão Apollo, a ILC Dover também projetou o EMU, um dos dois utilizados pelos astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional.
A equipe agora está oferecendo sua tecnologia para os que pretendem visitar a Lua e Marte, mas desta vez com um sistema de torso híbrido “revolucionário” (e patenteado) para o modelo Astro. Isso significa que o traje poderá acomodar qualquer pessoa, independente do tipo físico, algo que até então não era possível e acabava por impedir que algumas mulheres participassem de certas missões espaciais.
Entre outras inovações do Astro, estão novos motores e componentes eletrônicos que reduzem o tamanho e o peso do traje, além de permitir que ele seja equipado com novos recursos de dados, tais como um sistema de display digital que permite aos astronautas usarem controles de voz, acessarem dados em tempo real e se comunicarem usando vídeo em HD. O traje também possui juntas de mobilidade aprimoradas para percorrer terrenos perigosos, e uma tecnologia de remoção de CO2 para missões de duração prolongada nas superfícies.
Antes de ser usado no espaço, protótipos dos trajes foram colocados em testes aqui na Terra. "Nossos engenheiros de materiais testaram várias fibras e construções de materiais para entender quais são seguros, duráveis e funcionarão juntos em um traje espacial", disse Patty Stoll, diretora sênior e gerente de sistemas espaciais da ILC Dover. "Cada material dos trajes espaciais da ILC Dover passa por vários testes, incluindo testes de resistência, desgaste e ciclo [...] Depois que os componentes individuais do traje espacial são fabricados e montados, a ILC Dover realiza testes tripulados no traje completo para avaliar a durabilidade, o conforto e a mobilidade”, concluiu.
Destacando que a empresa está à frente no desenvolvimento dos trajes especiais necessários para a próxima era da exploração espacial, Stoll afirma: "Não estamos esperando o futuro do voo espacial chegar até nós. Já estamos em 2030”.
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