Facebook, Apple e outras empresas devem ser fatiados? Discussão toma SXSW
A discussão do momento que toma conta da SXSW (South by Southwest), festival que ocorre nesta semana em Austin (Estados Unidos), envolve o desmembramento das grandes empresas de tecnologia como Facebook, Amazon, Apple, Google e outras. A declaração mais incisiva foi dada por Elizabeth Warren, senadora democrata que desponta como uma das possíveis rivais de Donald Trump para a eleição de 2020.
Antes da SXSW, Warren mostrou a intenção do desmembramento das grandes empresas de tecnologia em um texto como uma de suas metas - primeiro citou Facebook, Google e Amazon, depois incluindo a Apple também por causa da App Store em entrevista ao The Verge.
No festival que ocorre no sul dos Estados Unidos, voltou a falar de sua proposta em uma plateia com funcionários das grandes empresas.
"Tem partes das grandes empresas de tecnologia que francamente são como estradas da era de Teddy Roosevelt. Quando alguém tem dominância no mercado, eles passam a destruir a competição", disse, segundo o Boston Globe. INVESTIDOR INICIAL APOIA IDEIA O tema, que virou um assunto quente nos Estados Unidos, apareceu em outros painéis do festival. Roger McNamee, um dos primeiros investidores do Facebook e considerado um mentor de Mark Zuckerberg, afirmou que apoia a ideia da senadora e chamou até a proposta de "brilhante", de acordo com a CNN.
Depois do investimento inicial e de ajudar Zuckerberg por anos, McNamee virou um crítico do Facebook. Na SXSW, ele disse ainda apoiar investigações contra as grandes empresas de tecnologia. O investidor criticou também o recente post do chefão da rede social mais popular do mundo, que pode mudar completamente o Facebook e até matar seu modelo de negócio. "É um movimento efetivo de relações públicas, que novamente nos desvia do problema principal. Se você criptografa tudo, o seu problema de moderação do conteúdo vai embora", apontou.
EUROPEUS SEGURAM IDEIA DE DESMEMBRAMENTO Também na SXSW, Margrethe Vestager, comissária europeia sobre competição e conhecida por altas multas para as empresas de tecnologia, segurou um pouco a ideia de desmembrar as grandes companhias, mas não riscou a possibilidade.
"Nós estamos fazendo o ambiente de negócios trabalhar e ser competitivo, mas com ferramentas que não chegam a dividir as companhias", apontou, segundo a CNN. A comissária apontou que as agências reguladoras vão tentar quase tudo antes de chegar ao ponto de dividir as empresas. "Seria um assunto de último caso. Vamos tentar de tudo antes de considerar essa opção", afirmou. O alto poder concentrado nessas companhias é uma das maiores críticas atuais contra empresas gigantes de tecnologia - o Facebook, grande exemplo, comprou rivais como WhatsApp e Instagram, além de ter copiado as funções do Snapchat após negativa de compra.
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