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O Facebook simplesmente fez seu próprio Tinder



O Facebook, ainda se recuperando de um escândalo sobre o compartilhamento indevido de dados de dezenas de milhões de seus usuários, agora quer se envolver ainda mais intimamente em sua vida. Na conferência de desenvolvedores F8, na terça-feira (1º), Mark Zuckerberg anunciou que a rede social em breve oferecerá recursos de paquera que serão lançados ainda neste ano. Ele apontou que existem quase 200 milhões de pessoas que se identificam como solteiras no Facebook, “então, claramente, há algo a fazer aqui”.

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Zuckerberg pareceu reconhecer que as pessoas podem ter algumas preocupações com a privacidade ao usar o Facebook como um aplicativo de namoro. Ele garantiu ao público que os recursos de namoro foram criados “com privacidade e segurança em mente desde o início”.

De acordo com o Facebook, os recursos de namoro que estão por vir serão opcionais e não existirão em um aplicativo independente, mas, sim, em uma página dedicada de encontros no aplicativo do Facebook que exibe apenas seu primeiro nome. Se você criar um perfil de namoro, poderá navegar por eventos e grupos do Facebook na página inicial do novo recurso e desbloquear os que desejar. Depois de desbloqueadas, outras pessoas que usam o serviço de encontros que desbloquearam os mesmos grupos ou eventos poderão ver seu perfil e iniciar uma conversa e vice-versa.

Promessa de privacidade

O Facebook diz que você não poderá ver os perfis de namoro de seus amigos do Facebook — ele só vai sugerir usuários que não sejam seus amigos e que se encaixem em suas preferências. Além disso, o aspecto de mensagens do recurso de namoro do Facebook é somente de texto (supostamente, para impedir a transmissão de fotos indesejadas ou spam) e não conectado ao Messenger nem ao WhatsApp.

Nos slides de exemplo que Zuckerberg e o diretor de produtos da empresa, Chris Cox, mostraram durante a conferência, os perfis de namoro não foram diferentes daqueles vistos em outros aplicativos populares de namoro, exibindo fotos, nomes, idades, empregos, histórico educacional e amigos em comum.

Zuckerberg disse que não quer que isso seja simplesmente um aplicativo para “peguetes”, esperando, em vez disso, ajudar a construir “relacionamentos reais de longo prazo”. Porém, mesmo que seu sentimento nobre seja sincero, é difícil não ser cético sobre despejar mais dados íntimos em uma rede que já os manipulou de forma tão impressionante.

Quando questionado sobre essas mesmas preocupações, Zuckerberg disse à Wired que sua “principal prioridade é garantir que estejamos levando essas coisas a sério”, mas o Facebook também está comprometido em lançar novos produtos para seus usuários.

Vale apontar, no entanto, que, até recentemente, a maioria dos aplicativos de namoro exigia autorização através do Facebook para serem usados. O Tinder ainda depende de permissões do Facebook, por exemplo. E se a sua jogada é flertar pelo Instagram, o Facebook também coleta esses dados. A moral da história pode ser que forjar relacionamentos significativos fora dos limites do vácuo de dados do Facebook está se tornando cada vez mais difícil. A solução pode ser simplesmente sair de casa e passear para encontrar alguém.


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