Clima de guerra toma conta da Oi em semana decisiva da recuperação judicial
O clima de guerra chegou ao seu ápice nesse final de semana prolongado por conta do feriado de Finados na Oi, que vive a maior recuperação judicial já realizada no Brasil, com débitos assumidos de R$ 65 bilhões. Com a nomeação do ex-ministro das Comunicações, Hélio Costa, e João Vicente Ribeiro para o conselho de administração, por força do acionista Nelson Tanure, o presidente da empresa, Marco Schroeder, e o presidente do conselho, José Mauro Mettrau Carneiro, além de dois conselheiros independentes cogitam pedir demissão. No sábado, dia 4, a aprovação do PSA foi formalmente comunicada à CVM pelo conselho da Oi. Também foi informada a nomeação de dois integrantes do conselho de administração (Hélio Costa e João Vicente Ribeiro) para a diretoria estatutária, sem maiores explicações. Há a expectativa de que com estes dois votos estatutários o acordo com o grupo de bondholders G6 venha a ser assinado rapidamente, o que os demais diretores da Oi, até aqui, vinham se recusando a fazer sob a alegação de que o acordo compromete o caixa da companhia. O protesto de outros acionistas veio por meio de uma nota dura oficial. “As ações tomadas ontem pelo Conselho de Administração da Oi S.A. constituem uma inaceitável violação dos padrões de governança corporativa. Essas ações foram claramente adotadas na tentativa de fazer a companhia refém e forçar a aceitação de um plano cujo único objetivo é defender os interesses dos atuais acionistas minoritários controladores em detrimento de todos os demais agentes envolvidos e da própria companhia. O Comitê Internacional de Bondholders conclama todas as partes envolvidas a tomarem as ações necessárias para desfazer essa manobra claramente ilegal e dar prosseguimento aos esforços para a aprovação de um plano que possa reunir o apoio de todos os interessados.” A Anatel vai se posicionar. A agência reguladora e o governo já tinham ameaçado com a intervenção caso o presidente Marco Schroeder deixasse o comando por atos de diretoria, leia-se por postura agressiva do acionista Nelson Tanure, que foi a Brasília e contornou a situação ao afirmar que não deliberaria sobre a atual diretoria. Mas as mudanças no tabuleiro do comando da Oi contrariam a posição defendida no órgão regulador. A assembleia de credores está agendada para sexta-feira, 10 de novembro.